Mesmo proibido por lei, o trabalho infantil ainda marca a vida de milhares de crianças e adolescentes no Brasil. Dados recentes da PNAD Contínua 2023 revelam um número alarmante de meninas e meninos entre 5 e 17 anos trabalham no país. No Paraná, a situação é ainda mais grave, como explica Débora Reis, analista do Centro Marista de Defesa da Infância

O levantamento integra o novo informe temático Os direitos de crianças e adolescentes e a erradicação do trabalho infantil, elaborado pelo CMDI – Centro Marista de Defesa da Infância dentro do projeto CADÊ Paraná. A publicação reúne dados atualizados, explica as causas do problema e detalha as piores formas de exploração — do trabalho doméstico ao rural. O Paraná, por exemplo, já ocupou a quarta posição no país em casos de trabalho infantil doméstico e registrou quase 24 mil crianças menores de 14 anos ocupadas em estabelecimentos agropecuários, além de mais de 2 mil acidentes envolvendo adolescentes em uma década. Débora detalha essas causas

O informe aponta que fatores como pobreza, baixa escolaridade, dificuldades de acesso à educação, cultura do trabalho precoce e até a ideia equivocada de que “trabalhar cedo forma caráter” alimentam a permanência do problema. E mostra também fragilidades na rede de proteção. A analista explica a importância da construção do novo Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente

A proposta, segundo o Centro Marista, é que o enfrentamento ao trabalho infantil seja permanente, articulado e baseado em proteção social, educação de qualidade e informação — únicas vias capazes de romper o ciclo de pobreza e garantir um futuro digno para crianças e adolescentes.